18 novembro 2008

Sobre a avaliação dos professores

Considero que neste momento todos devemos tomar uma posição face à política educativa do governo e mais particularmente face às medidas que o Ministério da Educação quer implementar no sistema de avaliação dos professores.
O modelo imposto pelo Ministério da Educação está errado, todos os professores o repudiam por não responder às necessidades de uma aviação válida e fiável.
È um modelo confuso, mal elaborado que parte de objectivos externos à competência profissional dos professores, tal como já foi dito no parecer da APECV Sobre a Proposta de Avaliação de Desempenho dos Professores.

Este modelo implementado à pressa apenas pretende responder a necessidades estatísticas sobre taxas de insucesso e de abandono escolar, indicadores que não são controláveis pelo do desempenho profissional dos professores. Ao escolher estes indicadores no Estatuto da carreira docente o Ministério fez o primeiro grande erro. O segundo grande erro foi confundir avaliação construtiva com selecção através de quotas e seriação de professores, um erro ditado de certeza pela vontade de cortar gastos com a educação. A partir daí foi um descalabro total, os dirigentes políticos responsáveis por estas políticas desrespeitaram os professores de um modo nunca visto. Questionando a dignidade e as competências dos professores portugueses o governo está a destruir todo o sistema educativo e a minar o futuro das crianças e dos jovens portugueses. Um governo que trata mal a educação , é um governo que não perspectiva o futuro do país.

Parece-me que a única atitude para remediar toda esta situação é a de repartir do zero, voltar ao Estatuto da Carreira Docente , reformular na secção II , artigo 40 , ponto dois: a avaliação dos professores não pode visar a ‘melhoria dos resultados escolares dos alunos’ , isso é um erro que pões em causa total a validade do sistema, a melhoria dos resultados dos alunos não depende apenas dos professores. Como não depende apenas dos professores a redução das taxas de abandono escolar. Precisamos urgentemente de um modelo de avaliação que dignifique os professores, que reconheça o seu mérito profissional . Este modelo não serve . Existem muitos modelos em vigor na Europa e no resto do mundo, existem investigações feitas sobre modelos de avaliação (por exemplo o projecto TEVAL – Evaluation Model for Teaching and Training Competences). Existem propostas mais exequíveis que estão a ser feitas em Portugal. Porque não olhar para elas e depois tentar construir o nosso modelo com a colaboração dos principais interessados os professores?

Não compreendo o autismo dos políticos responsáveis pela educação.
Maria Teresa Torres Pereira de Eça

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