12 março 2009

III Congreso ONLINE del Observatorio para la CiberSociedad

Han pasado más de dos años desde la celebración del III Congreso ONLINE del Observatorio para la CiberSociedad y, como algunos ya sabéis, hemos iniciado recientemente la preparación de su próxima edición durante 2009. Así, lanzamos ahora un primer módulo del congreso que trata, par empezar de recoger el nuevo planteamiento que le queremos dar al IV Congreso de la CiberSociedad, un evento participativo, evolutivo, vivo... Una nueva experiencia híbrida, tecnohumana, cibersocial y emocionante.

Desde su misma concepción queremos que sea el reflejo de todos sus participantes, un lugar para la experimentación y la creación colectiva. No queremos contaros lo que hemos preparado. Queremos que entréis, lo veáis y juguéis.

http://www.cibersociedad.net/congres2009/

Taller de mundos virtuales en CitiLab-Cornellà

Actualmente, tras el apogeo y progresivo alejamiento de l'interés masivo por los mundos virtuales que ha representado SecondLife, existe un contexto nuevo dónde las posibilidades de configurar metaversos y entornos en 3D basados en código libre permiten una amplía implicación y libertado de actuación de los usuarios, desde configurar extensamente las condiciones y entornos inmersivos, a diferentes niveles, hasta articular propuestas participativas y experienciales que pueden tener interés desde diferentes perspectivas y proyectos sociales y culturales. En ese contexto, CitiLab-Cornellà ofrece una serie de talleres sobre OpenSim orientados a conocer con detalle las posibilidades creativas de estas nuevas oportunidades en el campo de los metaversos.

Más información: http://es.citilab.eu/taller-metaversos

Seminarios e-Research

Las tecnologías digitales son incorporadas progresivamente a la actividad de los científicos sociales, pero ¿qué consecuencias tienen para la producción de conocimiento? En torno a esa cuestión se plantea un serie de seminarios organizados por el grupo de investigación 'Mediacciones', que tienen lugar a finales de cada mes entre la Universitat Oberta de Catalunya y CitiLab-Cornellà. Nuevos desafíos éticos para la investigación social, open science, producción de conocimiento y formas de representación, análisis de redes sociales y otros temas son los que se abordan en las diferentes sesiones.

Más información: http://www.cibersociedad.net/actividades/seminarios_e-research.php

18 novembro 2008

Sobre a avaliação dos professores

Considero que neste momento todos devemos tomar uma posição face à política educativa do governo e mais particularmente face às medidas que o Ministério da Educação quer implementar no sistema de avaliação dos professores.
O modelo imposto pelo Ministério da Educação está errado, todos os professores o repudiam por não responder às necessidades de uma aviação válida e fiável.
È um modelo confuso, mal elaborado que parte de objectivos externos à competência profissional dos professores, tal como já foi dito no parecer da APECV Sobre a Proposta de Avaliação de Desempenho dos Professores.

Este modelo implementado à pressa apenas pretende responder a necessidades estatísticas sobre taxas de insucesso e de abandono escolar, indicadores que não são controláveis pelo do desempenho profissional dos professores. Ao escolher estes indicadores no Estatuto da carreira docente o Ministério fez o primeiro grande erro. O segundo grande erro foi confundir avaliação construtiva com selecção através de quotas e seriação de professores, um erro ditado de certeza pela vontade de cortar gastos com a educação. A partir daí foi um descalabro total, os dirigentes políticos responsáveis por estas políticas desrespeitaram os professores de um modo nunca visto. Questionando a dignidade e as competências dos professores portugueses o governo está a destruir todo o sistema educativo e a minar o futuro das crianças e dos jovens portugueses. Um governo que trata mal a educação , é um governo que não perspectiva o futuro do país.

Parece-me que a única atitude para remediar toda esta situação é a de repartir do zero, voltar ao Estatuto da Carreira Docente , reformular na secção II , artigo 40 , ponto dois: a avaliação dos professores não pode visar a ‘melhoria dos resultados escolares dos alunos’ , isso é um erro que pões em causa total a validade do sistema, a melhoria dos resultados dos alunos não depende apenas dos professores. Como não depende apenas dos professores a redução das taxas de abandono escolar. Precisamos urgentemente de um modelo de avaliação que dignifique os professores, que reconheça o seu mérito profissional . Este modelo não serve . Existem muitos modelos em vigor na Europa e no resto do mundo, existem investigações feitas sobre modelos de avaliação (por exemplo o projecto TEVAL – Evaluation Model for Teaching and Training Competences). Existem propostas mais exequíveis que estão a ser feitas em Portugal. Porque não olhar para elas e depois tentar construir o nosso modelo com a colaboração dos principais interessados os professores?

Não compreendo o autismo dos políticos responsáveis pela educação.
Maria Teresa Torres Pereira de Eça

23 agosto 2008

Sobre a InSEA

A InSEA é um grande organização que integra arte educadores de todos os graus de ensino e profissionais relacionados com educação artística em contextos de educação formais e não formais como universidades, escolas, museus, centros culturais, galerias, ateliers , etc. . É um network importante para todos os que trabalham na área da educação artística e cultural (cultura visual, património e artes visuais) porque fornece uma plataforma de contactos entre pessoas e instituições , um canal de divulgação de investigação ( a revista IJETA) , um canal de informação mais alargado ( a newsletter) e as páginas Web: http://www.insea.org/ e http://www.insea.europe.ufg.ac.at/ ) e promove conferências e encontros de qualidade/quantidade integrando teoria e prática. Como instituição afiliada da UNESCO a InSEA tem um certo peso e impacto junto de outras instituições. Através da World World Alliance for Arts Education ( ligada a outras organizações de ed. art. tais como ISME e IDEA) tem um peso ainda maior.

Ser membro da InSEA ( individual ou organizacional) traz vantagens:



* A revista IJETA : Uma revista de
grande qualidade científica. E que apesar do fino crivo da
selecção está aberta a todo o tipo de artigos sobre ed.
artística e cultural.
* A newsletter que proporciona um canal livre de circulação de
ideias, informação , propostas de intercâmbio ( em qualquer
língua) .
* O network: Ser membro da InSEA é pertencer a uma família , em
quase todos os lugares do mundo existe alguém da InSEA que pode
colaborar contigo em projectos de educação artística e cultural.
* Os congressos e conferências, pelo qualidade, pelo convívio, pelas
relações de amizade que se criam apesar das diferenças
linguísticas, religiosas e culturais.

Visita a Osaka para o 32º congresso da InSEA

Ainda estou meio confundida depois da minha visita a Osaka. Foi de facto uma experiência incrível, o mergulho ainda que muito breve na cultura nipónica!!! Apesar de muitas leituras sobre o Japão e de ter muitos amigos japoneses , o choque foi terrível, não pela negativa, nem pela positiva, apenas pela diferença. Pela primeira vez senti o 'Outro' em toda a sua dimensão e ainda tenho dificuldade em entender as minhas reacções. Preciso de voltar mais tarde e com mais tempo, só tenho medo de me fascinar demais com o apurado sentido de harmonia e de me esquecer de voltar como aconteceu a Venceslau de Morais alguns séculos atrás.

Vim carregada de Banda Desenhada japonesa (manga). As pessoas jovens da cidade de Osaka parecem saídas dos mangas, e tudo o que li sobre manga escrito por ocidentais não descreve a profunda ligação que existe entre manga e vida real ou entre manga e literatura tradicional como por exemplo os contos de Genti, desenhado por Waki Yamato a partir do livro de Murasaki Shikibu, um hino ao desenho e à arte de contar histórias visualmente.

Visitei a escola primária afectada à Faculdade de Educação da Universidade de Osaka. Foi interessante observar /in situ/ os professores dando aulas de educação artística aos alunos. A escola possuía um espaço muito agradável, limpo, funcional, com campos de jogos e parques infantis. A limpeza , harmonia e respeito pelo espaço impressionaram-me muito, não só nesta escola mas em todos os outros locais que visitei. As paredes das salas e corredores da escola mostravam muitos trabalhos artísticos de alunos, quase todos obedecendo a um tema , a maior parte dos desenhos contava histórias da vida quotidiana das crianças, de dados históricos, interpretação de lendas ou contos japoneses e ocidentais. Apesar de ter sentido que a escola tinha sido especialmente preparada para a visita dos conferencistas via-se que a educação visual é extremamente importante na educação das crianças desta escola. As aulas observadas, pareceram-me muito artificiais, as crianças extremamente sossegadas, nos seus uniformes impecáveis, pintando, colando, modelando, construindo. Numa das aulas os meninos e meninas de 4 ou 5 anos aprendiam formas geométricas recortando, noutra decoravam os típicos guarda-chuvas transparentes de Osaka.

Mais tarde disseram-me que neste país uma das práticas correntes em congressos, encontros e formação de professores é a observação de aulas. Durante o congresso os professores japoneses contaram-me como a educação visual é de facto muito importante no ensino obrigatório ( entre os 3 e os 15 anos), embora de modelo extremamente ocidentalizante do tipo Bauhaus tal como foi referido no painel de comunicações liderado pelo Professor Susuki e Kaneko ( universidades de Kochi e Kobe).


O Congresso da InSEA decorreu entre os dias 5 e 9 de Agosto de 2008 nas instalações da International House Osaka. O Programa foi extremamente condensado, participaram 1200 pessoas de 50 países, aproximadamente 400 estrangeiros e 800 japoneses. O público pertencia essencialmente à comunidade de professores universitários e investigadores na área da educação artística. Os trabalhos dividiam-se em apresentações individuais ou em painéis por oradores convidados, apresentações individuais dos participantes e oficinas . O programa era tão denso!!! Durante todo o tempo senti-me extremamente desorientada tanto no espaço como no tempo e também porque estive quase sempre em reuniões do Conselho da InSEA e isso não me deixou assistir a quase nada do que queria.

As oficinas ou ‘workshops’que progressivamente tomavam conta do grande átrio da Internacional House e as salas da cave eram extremamente dinâmicas apresentando temas variados : trabalhos realizados por alunos de todo o mundo em projectos sobre paz, diversidade cultural da qual saliento o projecto ‘ Kids Guernica’ onde as crianças pintavam a sua interpretação do massacre de Guernica em grandes panos rectangulares e um outro também internacional onde crianças de vários países retratavam a cultura do outro pintando metade de um pano a partir da maneira como imaginavam a cultura do país parceiro enviando o pano para ser concluído da mesma maneira pelas crianças do país parceiro. Algumas oficinas foram sobre técnicas de pintura japonesa, outras sobre processos artísticos como processos de conhecimento como a da grega Eleni Grafakou : Come and see the world from inside me’.

Muitas comunicações versaram sobre o tema do património, como transmitir a herança cultural , de onde destaco o simpósio Understanding Asian Art and Heritage and their Teaching Method e a comunicação da Professora Kim da Universidade de Gyongin, Corea). Como tornar os museus mais motivantes ( Taiwan) ? Como preservar culturas na era da globalização? As respostas foram variadas desde o museu virtual ao reforço dos serviços educativos nos museus.

Em comunicações individuais o tema do património em contextos educativos informais foi muito debatido, e as propostas das indianas Mousumi De e Geetha Bath pareceram-me extremamente inovadoras entendendo o património dentro de contextos mais alargados, económicos, sociais e ambientais que podem passando por comunidades locais revitalizar uma população em risco de desaparecer como por exemplo a comunidade Deevru no sul da Índia.

O tema cultura visual continua muito vivo nos debates, tal como me apercebi desde o discurso inaugural de Brent Wilson atravessando muitos discursos ao longo das conferências. E mais ainda cada vez alargando mais as áreas para a sua compreensão, passando pela linguística, semiótica, sociologia, mais especificamente estudos culturais para se encaixar cada vez mais na necessidade da intervenção da educação e das ciências da educação.

Fascinou-me a comunicação dos dois belgas Marc Colpaert e Dirk Terryn mostrando excertos de filmes do iraniano Majid Majidi, e fizeram-me pensar como tudo isto educação artística se emaranha na educação dos valores, como é forte o poder da imagem, mesmo apesar da censura da imagem ser potente, como podemos olhar e aprender a olhar, como podemos aprender a compreender o outro através do entendimento de filosofias e religiões que parecem ter sido esquecidas no mundo da competição económica.

Também encontrei o tema da arte terapia em várias intervenções, desde Ana Mampaso, de Espanha mostrando como através de processos simples de realização de filmes se pode ajudar alguém com problemas de relacionamento social ( esquizofrenia ou autismo). Mas o tema mais debatido no congresso foi dentro de ensino formal, as questões curriculares que neste momento interessam muito aos países asiáticos. Pareceu-me que tanto a China, como a Coreia , Hong Kong, Taiwan e Japão estão preocupados e fomentam a educação artística desde as mais tenras idades. Talvez porque sintam que o desenvolvimento económico e social passa por aí ou por razões culturais , não cheguei a entender muito bem mas deu para perceber que estão extremamente interessados na reforma que neste momento decorre no Reino Unido, fruto da política sobre a urgência da criatividade nas escolas.

04 novembro 2007

Algumas reflexões sobre a Conferência Nacional de Educação Artística ( Casa da Música, Porto , Portugal, 29-31 de Outubro de 2007)

Falou-se muito da importância da educação artística, Anne Bamford reproduziu um dos seus discursos chave, a frase ‘ é preferível não ter educação artística do que ter uma educação artística má’ foi muito bem vista.

Houve muitos discursos sobre a necessidade da educação artística. Houve muitas maneiras de ver a educação artística mas sem a definir verdadeiramente. Na mesa redonda sobre conceitos não me pareceu que atrás dos discursos houvesse um quadro teórico sólido. Isto deixa-me a pensar que em Portugal é necessária muita investigação neste campo e sobretudo muita divulgação dessa informação.

Fiquei espantada com a vivacidade e a riqueza de todos aqueles que apresentaram relatos das suas experiências, pequenas escolas, associações culturais, pequenos teatros por exemplo . Embora fossem relatos que acentuavam sobretudo o valor do fazer , da produção artística. Foi bom ver que no país há gente que trabalha com muita vontade e imaginação , muitos deles com apoios estatais ou de fundações.


Foi uma pena os convidados não falarem sobre os temas propostos, temas muito ricos mas que na verdade não foram devidamente explorados. Houve quem fizesse a promoção dos serviços educativos das instituições onde trabalhavam foi o caso da mesa redonda que presidi sobre redes e parcerias, haveria muito mais a dizer e a discutir. Parece-me que em Portugal, as pessoas não estão habituadas a grupos de trabalho e a mesas redondas e para eles uma conferência é apenas um sítio onde se fazem discursos individuais.


Foi pena também o público não ter tempo para debater as questões que poderiam ter surgido nas mesas redondas. Assim não consegui ter um panorama geral da educação artística no país.

Notei uma tensão muito grande entre as várias artes: a música, a dança, o teatro, as artes visuais e pior do que isso notei um mal estar muito grande entre professores e artistas. Não estou a ver num futuro próximo como mudar mentalidades e ver esta gente a trabalhar junta. Rui Vieira Nery aflorou algumas questões interessantes entre cultura e educação, entre escola e artes, disse que nos faltavam mecanismos de interligação entre os ministérios da cultura e da educação , faltava incentivar o acesso dos artistas à escola através de mecanismos contratuais e mecanismos de certificação. Domingos Fernandes um matemático , que tem avaliado os cursos de ensino artístico especializado disse que deveríamos valorizar a educação artística , referiu H Gardner e as múltiplas inteligências, pois, isso nós sabemos quem não quer ver isso são os governos que acham que os conhecimentos científicos são mais importantes do que o conhecimento artístico, esta hierarquia de saberes já nem sequer faz parte no nosso século , um século que quanto a mim está virado para a interdisciplinariedade. Mas os governos perpetuam um sistema anacrónico, porque será? Domingues Fernandes também esteve no governo, aqui há uns anos atrás e não fez absolutamente nada para tornar a educação artística mais acessível a todos e agora diz que acredita que ’as artes não são uma mera satisfação são recursos essenciais’ .

Bem mas não queria falar muito na pequenez dos governos, na mesquinhice das regras que têm feito , nem no caminho que a educação está a ter neste momento em Portugal.

A educação artística não é panaceia para os males da sociedade, isso foi dito muitas vezes no congresso, reacção óbvia ao discurso da Unesco. Mas nunca nenhum país fez um sistema educativo onde a educação artística tivesse predominância, por isso ninguém pode saber qual o seu verdadeiro impacto na sociedade . Joaquim Azevedo também fez um discurso apropriado, pondo em causa tudo o que os outros tinham dito antes dele, apelou para que se pegasse no paradigma da aprendizagem ao longo da vida para a educação artística. No congresso falaram de rigor, de disciplina, de exigência mas se querem que vos diga a verdade eu achei todos estes discursos muito leves, sem fundamentos, sem referências à realidade, coisas que se dizem no ar.

E talvez eu não tivesse sido a única a ter esta sensação, sensação de frustração, de que nada vale a pena, de que não podemos contar com as decisões centralizadoras de um qualquer governo, o director da casa da música no discurso de encerramento também o fez sentir.
Tive pena que as redes e parcerias não tivessem tido um debate sério. Porque me parece o caminho mais certo para a mudança, uma mudança lenta que contamina pessoa a pessoa devagarinho, pessoas que podem estar na educação, na cultura, no governo ou fora do governo, artistas, professores e investigadores. A rede acredita nas pessoas e não nas instituições é por isso que acho eu poderá funcionar um dia destes. Um dia onde por peso do número de pessoas e de trabalho desenvolvido no campo a rede possa ter influencia a nível das instituições.

Bem mas já chega de palavras ocas, as recomendações do congresso foram excelentes, o que prova que no meio de uma grande confusão se podem gerar algumas ideias, ora vejam algumas delas:

- grande e urgente prioridade: formação e qualificação/ acreditação
- cultura de exigência rigor e disciplina nos programas de formação de educadores, professores, agentes culturais, técnicos, gestores, etc.
- redes para a educação artística
- qualificação de graus de experiência
- Reorganizar e diversificar a rede de oferta do ensino especializado desde o ensino básico
- envolvimento das associações profissionais na formação ao longo da vida
- tornar acessível o acesso a formadores estrangeiros
- urgente qualificação dos recursos humanos
- criação de uma rede de peritos nacionais em educação artística
- promover a investigação-
- criar uma agenda nacional para a educação artística
-etc.


Bem, eu concordo com tudo isto ( as recomendações estarão brevemente disponíveis no site da conferência http://www.educacao-artistica.gov.pt/), mas vamos agora passar a acção? As burocracias do sistema de formação inicial e continuo são terríveis, nem toda a gente pode ser formadora , nem todos os cursos de formação inicial podem ser como deveriam por razões ligadas a motivos que nada têm a ver com a educação artística. Mas precisamos urgentemente de reformular o sistema, precisamos de flexibilizar , de apostar nas verdadeiras necessidades e deixar de equacionar agendas de formação de recursos em função de lobbies e de interesses corporativos.

Assim para concluir , apesar de tudo gostei da conferência, obrigada a quem a organizou , valeu a pena, nem que seja por causa das recomendações e das boas práticas que tivemos oportunidade de ver naqueles três dias.

( Teresa)

26 outubro 2007

avaliação dos professores- sobre a proposta do ME :

Sobre A Proposta do Ministério da Educação para a Avaliação de Professores

Não se compreende qual o modelo teórico seguido, em que quadro conceptual de avaliação se baseia este documento. Em que experiências piloto se fundamenta? Em que tipo de investigação empírica se pode enquadrar este conjunto de decisões?

Não nos parece que estas normas e directrizes valorizem a profissão, não nos parece que este modelo seja feito segundo as finalidades estipuladas. A formação ao longo da vida não é valorizada, as competências essenciais dos profissionais da educação não são sequer enunciadas. Segundo Philippe Perrenoud em Dix nouvelles compétences pour enseigner : Invitation au voyage (Paris, ESF, 1999) as competências profissionais para ensinar podem-se enumerar da seguinte maneira :

1. Organizar e dirigir situações de aprendizagem
Conhecer, para determinada disciplina, os conteúdos a serem ensinados e sua tradução em objectivos de aprendizagem
Trabalhar a partir das representações dos alunos
Trabalhar a partir dos erros e dos obstáculos à aprendizagem
Construir e planejar dispositivos e sequências didácticas
Envolver os alunos em actividades de pesquisa, em projetos de conhecimento
2. Administrar a progressão das aprendizagens
Conceber e administrar situaçôes-problema ajustadas ao nível e às possibilidades dos alunos
Adquirir uma visão longitudinal dos objectivos do ensino
Estabelecer laços com as teorias subjacentes às actividades de aprendizagem
Observar e avaliar os alunos em situações de aprendizagem, de acordo com uma abordagem formativa
Fazer balanços periódicos de competências e tomar decisões de progressão
3. Conceber e fazer evoluir os dispositivos de diferenciação
Administrar a heterogeneidade no âmbito de uma turma
Abrir, ampliar a gestão de classe para um espaço mais vasto
Fornecer apoio integrado, trabalhar com alunos portadores de grandes dificuldades
Desenvolver a cooperação entre os alunos e certas formas simples de ensino mútuo
4. Envolver os alunos em suas aprendizagens e em seu trabalho
Suscitar o desejo de aprender, explicitar a relação com o saber, o sentido do trabalho escolar e desenvolver na criança a capacidade de auto-avaliação
Instituir um conselho de alunos e negociar com eles diversos tipos de regras e de contratos
Oferecer actividades opcionais de formação
Favorecer a definição de um projecto pessoal do aluno
5. Trabalhar em equipe
Elaborar um projecto em equipe, representações comuns
Dirigir um grupo de trabalho, conduzir reuniões
Formar e renovar uma equipe pedagógica
Enfrentar e analisar em conjunto situações complexas, práticas e problemas profissionais
Administrar crises ou conflitos interpessoais
6. Participar da administração da escola
Elaborar, negociar um projecto da instituição
Administrar os recursos da escola
Coordenar, dirigir uma escola com todos os seus parceiros
Organizar e fazer evoluir, no âmbito da escola, a participação dos alunos
7. Informar e envolver os pais
Dirigir reuniões de informação e de debate
Fazer entrevistas
Envolver os pais na construção dos saberes
8. Utilizar novas tecnologias
A informática na escola : uma disciplina como qualquer outra, um savoir-faire ou um simples meio de ensino ?
Utilizar editores de texto
Explorar as potencialidades didácticas dos programas em relação aos objectivos do ensino
Comunicar-se à distância por meio da telemática
Utilizar as ferramentas multimédia no ensino
9. Enfrentar os deveres e os dilemas éticos da profissão
Prevenir a violência na escola e fora dela
Lutar contra os preconceitos e as discriminações sexuais, étnicas e sociais
Participar na criação de regras de vida comum referentes à disciplina na escola, às sanções e à apreciação da conduta
Analisar a relação pedagógica, a autoridade e a comunicação em aula
Desenvolver o senso de responsabilidade, a solidariedade e o sentimento de justiça
10. Administrar a sua própria formação contínua
Saber explicitar as próprias práticas
Estabelecer o seu próprio balanço de competências e o seu programa pessoal de formação contínua
Negociar um projecto de formação comum com os colegas (equipe, escola, rede)
Envolver-se em tarefas em escala de uma ordem de ensino ou do sistema educativo
Acolher a formação dos colegas e participar dela
Ser agente do sistema de formação contínua



Não conseguimos descobrir no documento nenhuma valorização destas competências, as directrizes do documento apontam só para competências rotineiras, sem criatividade, de âmbitos burocráticos que são sujeitas a uma avaliação hierarquizada. Não nos parece de modo algum que esta avaliação seja feita entre pares. As propostas para os modelos das fichas de avaliação e de auto-avaliação de professores previstos no artigo 44.º do ECD parecem-nos completamente desadequadas e de difícil operacionalização. Estas grelhas não avaliam as competências reais dos professores e que devem ser valorizadas.

Mais ainda nos parece que este documento foi feito à pressa para responder a necessidades estatísticas sobre taxas de insucesso e de abandono escolar, indicadores que quanto a nós deverão ser secundários no processo de avaliação do desempenho profissional dos professores. Sugerimos ao Ministério da Educação que as reformule completamente tendo em conta as verdadeiras competências profissionais para ensinar que parece que escaparam à equipe de trabalho do Ministério da Educação que redigiu esta proposta . Sugerimos também que a equipa procure modelos empíricos ou em fase de testagem no âmbito da União Europeia , sabemos por exemplo que existe um estudo recente onde investigadores portugueses participaram (O Projecto-piloto Leonardo da Vinci TEVAL - Evaluation
Model for Teaching and Training Competences) e destacamos desse estudo o referencial de competências e o seu modelo de Avaliação Próxima que consideramos muito mais adequado à avaliação de desempenho dos professores do que o sistema proposto neste documento .

Teresa Eça

05 setembro 2007

Art education 2.0

Descobri hoje uma rede de educadores de arte que usam nas suas aulas as Novas Tecnologias.
Vale a pena dar uma vista de olhos pelo site. Para aqueles que quiserem fazer parte dessa rede basta clicarem no badge que coloquei no canto inferior direito do nosso blog.
Abraços,

Ricardo Reis

05 agosto 2007

O papel das artes na escola hoje

Na edição on line do New York Times de 4 de Agosto saiu a seguinte notícia:

Book Tackles Old Debate: Role of Art in Schools

Este artigo fala das novas investigações de Helen Winner, investigadora do Harvard Project Zero sobre o papel e os benefícios das artes nas escola. Penso que as suas investigações encetam um novo debate sobre o real papel das artes na educação: as artes como forma de capacitar os alunos noutras áreas do conhecimento, ou as artes na escola com/como um valor próprio?

Ricardo Reis